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terça-feira, 14 de junho de 2011

A Caldeira


Embora em nossa casa já não se fabrique aguardente, o nome “Casa da Caldeira” tem origem nessa actividade que aqui se praticou durante muitos anos. Desse tempo resta a caldeira (o alambique) e os belíssimos tambores de cobre que hoje, além de objectos decorativos, constituem um elo de ligação ao passado e uma homenagem a quem se afadigou durante longas horas, alimentando o fogo e controlando os mecanismos deste engenho.
Eis aqui um pequeno apontamento a propósito da História da Destilação de Bebidas Alcoólicas
O processo de destilação (do Latim 'de-stillare' que significa 'gotejar’) consiste na separação de um líquido através da sua evaporação e condensação. O exemplo mais simples deste processo pode observar-se quando o vapor de uma caldeira se deposita em gotas de água destilada numa superfície fria. A destilação é empregue para separar líquidos de sólidos não voláteis, assim como na separação de licores alcoólicos de matérias fermentadas, na separação de dois ou mais líquidos com diferentes pontos de ebulição, na separação de gasolina, petróleo e óleos lubrificantes extraídos a partir do crude. Outras aplicações industriais incluem a dessalinização da água do mar (extrair a salinidade da água para a tornar potável).
No século IV a.C., Aristóteles sugeriu a possibilidade de se efectuarem destilações, tendo escrito que: "Através da destilação podemos tornar a água do mar potável e o vinho, assim como outros líquidos podem ser submetidos a este mesmo processo”. Com efeito, a destilação é um processo antigo, remontando ao ano 2000 a.C. Considera-se que as primeiras destilações se fizeram na China, Egipto e na Mesopotâmia e tinham, sobretudo, propósitos medicinais, mas também visavam a criação de bálsamos, essências e perfumes. Na Mesopotâmia, por volta do ano 1810 a.C. a perfumaria do rei Zimrilim empregou este método para todos os meses fazer centenas de litros de bálsamos, essências e incensos de cedro, cipreste, gengibre e mirra. As destilações efectuadas visavam a produção de cosméticos, substâncias medicinais e substâncias utilizadas no embalsamamento de mortos e na realização de rituais espirituais. A rainha Cleópatra conhecia a arte da destilação e pensa-se que fez um relatório deste processo, texto esse que se perdeu. No século I, o físico grego Pedanius Dioscurides fez uma menção a este processo após ter observado a condensação na tampa de um recipiente, no qual tinha sido aquecido algum mercúrio.
Os historiadores afirmam que o alambique foi, muito provavelmente, inventado por volta dos anos 200 ou 300 d.C., por Maria, a Judia ou por Zósimo de Panóplia, um alquimista egípcio cuja irmã, Theosebeia, inventou muitos modelos de alambiques e condensadores de refluxo. Outros afirmam que durante os séculos VIII ou IX, os alquimistas árabes planearam utilizar o alambique para obterem essências mais refinadas utilizadas nos perfumes, enquanto que outros alquimistas árabes o utilizaram para tentar converter metal em ouro. "Ambix” é uma palavra grega utilizada para designar um vaso com uma pequena abertura. Este vaso fazia parte do equipamento de destilação. Inicialmente os árabes mudaram a palavra “Ambix” para “Ambic” e chamaram “Al Ambic” ao equipamento de destilação. Mais tarde, na Europa, a palavra foi alterada para “Alambique”.
(Informação recolhida no site de: Destilarias Eau-de-Vie - Iberian Coppers S.A.)

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